segunda-feira, março 30, 2009

DR. ANÍBAL

Tomei conhecimento do falecimento do Dentista de São Vicente, o homem que tratou da boca de meio mundo em Cabo Verde e de quem não me posso esquecer, pois nas fileiras dos meus dentes existe a falta de dois, resultantes de uma visita que fiz ao consultório dele em 1973.

Para mim, Dr. Aníbal também traz às recordações a esquina da sua casa, na Praça Nova, a "paredinha", onde o pessoal se reunia todas as noites durante as férias, para traçar a estratégia da farra dessa noite.

Segundo o relato noticioso no A Semana online, Dr. Aníbal "faleceu serenamente, como viveu, ontem, no Hospital Baptista de Sousa, vítima de doença prolongada." Um homem sereno como Dr. Aníbal merecia uma morte serena, condizente com a imagem deste Senhor.

À família apresento os meus pêsames.

Chaves, 30 de Março de 2009

Paulo de Figueiredo

quarta-feira, março 25, 2009

ORA ENTÃO VEJAMOS:

(Vejamos - Imperativo Afirmativo do Verbo Ver – subentende-se o “nós”)



Estava eu comodamente a navegar por esta Internet e a “conversar” com um amigo meu pelo Messenger quando, na sequência dessa conversa, fui pesquisar um pormenor no Google.

Para chegar ao Google tinha que abrir o motor de busca que está, por defeito, no www.sapo.cv . E como estou com um portátil de rato maluco, abri sem querer a página das fotos desse site e apareceu-me uma foto em DESTAQUE, com a figura da minha pessoa. E, claro está, de “cuscanço em cuscanço” cheguei à origem das coisas, traduzido num “Álbum Casa da Morna” representado por este link http://fotos.sapo.cv/sapocaboverde/playview/150 .

“Então?!”, pensei eu com os meus botões. “Casta de kzê iss??” “Costassim dou de caras com uma foto minha publicada num site na Internet…”

Terá sido na noite da entrevista que concedi ao Sapo CV? Se foi, não me lembro de ter sido informado que, para além da entrevista, também estavam fotos programadas na “sessão”.

Se não foi nessa noite, então quem é que se sentiu no direito de fazer fotos e de as publicar?

Que eu saiba e para início de conversa, uma fotografia deve ser autorizada por quem vai ser fotografado. Pelo menos era assim que as coisas funcionavam antigamente (e eu não sou tão antigo assim, só tenho 45quinhos).

Que me digam que a filosofia mudou com a digitalização e com a Internet, até acredito. A libertinagem daí consequente, até posso aceitar, dado que o saber completo é algo que não está nas mãos do ser humano – velha é a frase do “vivendo e aprendendo” e se acrescentado do “até morrer” …

Mas minha gente, publicar “coisas” a bel-prazer de cada um poderá ter os seus limites. Senão vejamos:

Nessas mesmas fotos deste “Álbum Casa da Morna”, quando o motivo da foto está incluso num cenário onde existem outros “motivos” (Pessoas, neste caso), há que pensar se os objectos desse cenário estarão interessados em serem vistos publicamente na Internet.

Inclusive há uma “peça de cenário” numa das fotos que se encontra de costas para o fotógrafo, com uma dessas calças da moda de cós baixo e que, por poucos centímetros, não estariam revelados pormenores mais íntimos (se bem que, hoje em dia, a intenção é mesmo essa - não que tenha algo contra, sempre se engordam os olhos…).

Mas pergunto: Estaria essa pessoa preparada para ser fotografada e exposta num site da Internet? E sem ser avisada? …

Eu gosto de ser fotografado (quem não gosta???). Mas que tenha conhecimento de (da) causa.

Ter fotos na Internet? Para isso tenho sítios nessa mesma Internet onde publico as coisas que acho que devo publicar. Minhas ou de outrem (devidamente identificadas e autorizadas).

Mas enfim… São opiniões e, sinceramente, não tenho estofo nem estou com paciência para dissecar agora e aqui esse fenómeno que é a digitalização/Internet e consequências afins…

Como diria o meu amigo,

Bsot fka dret.

terça-feira, março 24, 2009

COMO MULTIPLICAVAM OS MAYAS

A automatização dos procedimentos, por vezes, leva-nos a acreditar que tudo se resume à forma como conhecemos ou como nos foi ensinado o que nos rodeia.

Temos dificuldade em imaginar o mundo de outra forma. Esquecemos que a arte e o engenho, levam povos diferentes a encontrar soluções para os mesmos problemas, por outros métodos.

PARA ENTENDER A CRISE...

A ARTE DE FOTOGRAFAR





>







OBS: Fotos enviadas para mim via email, sem o nome do autor especificado.

segunda-feira, março 23, 2009

GABRIELA MARIANO HOMENAGEADA PELOS SEUS ANTIGOS ALUNOS



Foi no dia 7 de Março pp. Os antigos alunos desta professora decidiram fazer uma homenagem.

Fui contactado para participar como músico e filho. Infelizmente não pude ir por motivos relacionados com a minha vida profissional. Mas se pudesse, teria ido à festa. Não como filho e muito menos como músico. Como antigo aluno e isso é coisa que pouca gente sabe.

Pois é. Gabriela Mariano, senhora minha Mãe, foi minha professora de Português no antigo 4º ano dos Liceus, no ano lectivo de 1977/8, em São Vicente. E como qualquer aluno que se preze, por não ter tido nota suficiente, a senhora minha Mãe chumbou-me por meio valor (estava já cortado a História e a Geografia).

Isso mesmo! Repeti esse ano, já em Portugal, no novo sistema de ensino, ou seja, o 8º Ano de escolaridade. Ah pois!!!

Mesmo sendo suspeita a minha opinião, quero dizer que a Sra. Professora merecia esta homenagem, pelo eco chegado a mim, ao longo deste anos todos, vindo de todos os cantos por onde passei. Toda a vida ouvi elogios dirigidos à "Sotora" Gabriela, como mulher e como professora de Francês e Português.

E já agora deixem-me ser mauzinho e dizer que privilegiados, só eu e a minha mana, pois usufruimos desta professora durante um bom tempo das nossas vidas, hehehehe.

Bem hajas, mãe. Amo-te muito.

Teu filho.

SONO ATRIBULADO, HEIN?

O TELEGRAMA DO JUVENAL

O Juvenal estava desempregado há meses. Com a resistência que só os brasileiros têm o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.

Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exactamente o perfil desejado, as virtudes ideais e perguntou-lhe:
- Qual foi seu último salário?
- Salário mínimo, respondeu Juvenal.
- Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
- Jura?
- Que carro o Senhor tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor trabalhar connosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!
- Jura?
- O senhor viaja muito para o exterior?
- O mais longe que fui foi pra Belo Horizonte, visitar uns parentes...
- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mónaco, Nova Iorque, etc.
- Jura?
- E lhe digo mais.... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!

Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama.

Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.

Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música. Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto.

Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.

Dez horas e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.. A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal.

E a banda tocava!
E o chope gelado rolava!
O povo dançava!
Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.
Gastara horrores para o bairro encher a pança.
Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.

Às onze horas e cinquenta e cinco minutos.... Vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela...
Era do Correio!
A festa parou!
A banda calou!
A tuba engasgou!
Um bêbado arrotou!
Uma velha peidou!
Um cachorro uivou!
Meu Deus e agora? Quem pagaria a conta da festa?
- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.
- Joguem água na churrasqueira!
O chope esquentou!
A mulher do Juvenal desmaiou!
A motoca parou!
O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:
- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?
- Si, si, sim, so, so, sou eu...
A multidão não resistiu...
OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!
E o cara da motoca:
- Telegrama para o senhor... Juvenal não acreditava...
Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para todos. Silêncio total.
Não se ouvia sequer uma mosca!
Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama.
Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.
Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.
O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava:
- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?
Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...
Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.
- Mamãe morreeeuu! - Mamãe morreeeuu!!!!

terça-feira, março 10, 2009

TAUTOLOGIA

Você sabe o que é tautologia?

É o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:

- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exacta
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planear antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito.

Note que todas essas repetições são dispensáveis.

Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.




A tautologia (do grego ταὐτολογία) é , na retórica, um termo ou texto redundante, que repete a mesma ideia (esta explicação já, por sua vez, expõe claramente uma tautologia). Como um vício de linguagem pode ser considerada um sinónimo de pleonasmo ou redundância. A origem do termo vem de do grego tautó, que significa "o mesmo", mais logos, que significa "assunto". Portanto, tautologia é dizer sempre a mesma coisa em termos diferentes.

Em filosofia e outras áreas das ciências humanas, diz-se que um argumento é tautológico quando se explica por ele próprio, às vezes redundantemente ou falaciosamente. Por exemplo, dizer que "o mar é azul porque reflete a cor do céu e o céu é azul por causa do mar" é uma afirmativa tautológica. Da mesma forma, um sistema é caracterizado como tautológico quando não apresenta saídas à sua própria lógica interna — em outro exemplo, exige-se de um trabalhador que tenha curso universitário para ser empregado, mas ele precisa ter um emprego para receber salário e assim custear as despesas do curso universitário.

Fonte: Wikipédia

domingo, março 08, 2009

VOVÔ MARIANO

O nosso Vovô Mariano (João de Deus Mariano), se estivesse vivo, faria hoje, dia 8 de Março, 118 anos.

Como disse o meu amigo Carlos Soulé, "HIP HIP HURRA!!! ETERNIDADE PARA O MEU AVÔ!!!"



OS EFEITOS POSITIVOS DA CRISE

Lembro-me de estar em Cabo Verde, na Cidade da Praia nos anos 90 e ver à porta da embaixada de Portugal, filas enormes que se formavam de véspera, para a obtenção dos vistos de entrada para este país. Calculo que noutros países africanos de expressão portuguesa acontecesse o mesmo.

É curioso ver agora, na actual conjuntura, como a situação se inverteu. É curioso ver à porta do Consulado de Angola, em Alcântara, filas intermináveis de pessoas que esperam a sua vez para obterem o visto para aquele país.