quinta-feira, abril 30, 2009

DIAZÁ NA MUND M'CA TAVA OIÁ...



CVB - Cabo Verde Barlavento, as antigas matrículas de Cabo Verde, antes de terem atingido o limite e de passarem a ser SV-xx-AA, ST-xx-AA, SL-xx-AA, etc..

terça-feira, abril 21, 2009

CARTA ABERTA

Carta Aberta


Exm.º Senhor-Engenheiro-José Socrátes

João, chamado Mariano, pela vontade de seus pais, Laura e Gabriel, dirige-se a V. Ex.ª com a devida vénia e desde já deseja que a paz e a sabedoria esteja entre vós.
Pois bem, esta humilde missiva serve para lhe colocar as seguintes questões e formular um pedido:

1- Vivo num país, que não é tropical, mas encontra-se em autêntico caos, não no sentido filosófico do termo, como o princípio do Universo, mas no sentido de balbúrdia, desordem, confusão. Vejamos:
a) no meu país os banqueiros e gestores desonestos quando vão à falência o Estado dá-lhes a mão, por outro lado, quando uma pequena empresa se encontra em maus lençóis não há solução;
b) os professores estão zangados, os enfermeiros fazem greve, não existem médicos nos Centros de Saúde e a Justiça e os Tribunais não funcionam; c) em suma: toda a gente reclama, o povo faz manifestações, o desemprego é como piolho em costura, veja bem, dizem que a última contou com 200 000 manifestantes.

2- Há dias, Senhor-Engenheiro, contaram-me um caso de uma certa investigação, aqui entre nós, com a duração de quatro anos, leu bem, quatro anos, continuando, parece-me que o investigado será o Primeiro-Ministro do meu país, que terá sido em outros tempos, Ministro do Ambiente. Pois bem, os investigadores vieram a publico afirmar que sofreram pressões, mas não disseram que tipo de pressões, nem quem os pressiona. Como calcula ficámos que nem baratas tontas e zonzas. Mas para tranquilizar o nosso espírito (sabe o Xanax tem tido uma saída espectacular, é mais barato que um complexo vitamínico) o chefe dos investigadores anunciou com pompa e circunstância, que nada daquilo era verdade, estava tudo na santa paz de Deus, que de pressão precisavam os pneus dos carros. De imediato, fui verificar a pressão dos quatro pneus do meu carro. Todavia, e, para que dúvidas não se suscitassem, iria investigar os investigadores. Foi uma alegria Senhor-Engenheiro, ouvir o chefe dos investigadores, pois a graça é tanta na tristeza deste país.

3- Como V. Ex.ª está sempre a sorrir, olhe quando ligo a televisão e vejo a sua cara de alegria exprimindo um sentimento de benevolência para com os seus adversários, todo o peso e desespero que carrego comigo desaparece, mas como estava a dizer, a propósito do seu sorriso, gostaria muito de ir viver para o seu país, pois, conforme lhe disse, o meu país encontra-se numa autêntica balbúrdia. A título de exemplo dê uma espreitadela neste texto:

«O país perdeu a inteligência e a consciência moral.
Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os caracteres corrompidos.
A prática da vida tem por única direcção a conveniência.
Não há princípio que não seja desmentido.
Não há instituição que não seja escarnecida.
Ninguém se respeita.
Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos.
Ninguém crê na honestidade dos homens públicos.
Alguns agiotas felizes exploram.
A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia.
O povo está na miséria.
Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente.
O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.
A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências.
Diz-se por toda a parte: o país está perdido!»

Isto, Senhor-Engenheiro-José Sócrates, é datado de 1871, tendo sido elaborado através do punho viril e lúcido de Eça de Queirós, no primeiro número de "As Farpas". Pois é: 138 anos, parece que foi hoje.

Como vê Senhor-Engenheiro o meu país está perdido, naufragado, esquecido, condenado por uma doença muito antiga: imbecilidade e inércia. Desculpe este desabafo Senhor-Engenheiro, tenho tanta precisão de me expandir.

Que a graça e o amor que tem por si esteja connosco, regozijai-vos, sede perfeito, sede de um mesmo parecer. Aleluia, todos os santos vos saúdam.

Sem outro assunto de momento, fico à espera, que V. Ex.ª me dê notícias convidando-me para ir viver para o seu país.

Ano da Graça de 2009 D.C.
E.D.
O Cidadão João Mariano

Post Scriptum: Junto um mapa-múndi, com um X no meu país, caso V. Ex.ª tenha dificuldade em encontrá-lo.



Imagem: Wikipédia

quarta-feira, abril 01, 2009

O NACIONAL É QUE É BOM!

Recebi um email cujo teor não podia deixar passar sem publicar aqui no blog.

Aqui vai o copy/paste:

Há poucos dias, estava eu numa sessão do programa da Fátima Lopes na SIC, com outros intervenientes, como a Joana Amaral Dias, um dos assuntos em discussão era a excitante problemática do "o que é nacional é bom!", quando a Joana declarou que era preciso ter muita cautela com os elogios a tudo quanto é nosso, porque se forem exagerados, isso pode facilmente conduzir a nacionalismos, perigosíssimos, como toda a gente sabe, especialmente no nosso país. Acho que a Joana tem muita razão, mas pela parte que me toca não há o menor perigo que esse entusiasmo me invada, pelo menos no que toca a árbitros de futebol, a banqueiros ou a políticos.

Porém, acho demais o que se está a passar com a minha área, a da música, a nível do Velho (velhíssimo) Continente, ainda para mais em ano de eleições europeias. Vejamos:

Encontra-se em fase de votação final, no Parlamento Europeu, a proposta de Directiva que visa dar às interpretações artísticas em Fonogramas um prazo de protecção semelhante ao dos Autores, para além de instituir um fundo social a favor dos executantes (músicos de estúdio) proveniente dos direitos gerados pelo novo prazo de protecção, e de dar aos artistas a faculdade de eles próprios poderem reeditar as suas obras mais antigas, em caso dos produtores não fazerem uso da extensão, que é o que mais acontece.
Na ronda preliminar de 2007, em Conselho de Ministros da Cultura Europeu, Portugal votou contra a proposta!

No entanto o texto passou, e após emendas, será submetido ao Parlamento Europeu no próximo dia 23 de Abril.
Não se conhece (por mais que se tente) a actual posição do governo Português e a tendência de voto dos deputados portugueses ao PE parece continuar a ser genericamente contra.

Bastam 91 votos para chumbar a proposta e os 12 votos portugueses são essenciais!

Por favor divulguem de forma a chegar aos decisores políticos nacionais e europeus.
A Música agradece e, dentro dela, o Fado.

Bom fim-de-semana para todos.

João Braga

POUCA INTELIGENCIA...

Já todos sabemos. Já todos ouvimos. Já todos vimos. Mas mesmo assim há quem se meta nisso e depois...

O ANTES







O DEPOIS

















POUCA INTELIGÊNCIA É POUCO. ISSO É BURRICE!!!