terça-feira, janeiro 23, 2007

UMA TELEVISÃO COM O PULSAR DO PAÍS

Na viagem de ida para Cabo Verde, a bordo do B757-200 Emigranti da TACV, encontrei uma revista que dedicava uma página inteirinha à publicidade da televisão de Cabo Verde, com fotos de camera-man, o logototipo em ponto enorme e na parte inferior da página A FRASE: "UMA TELEVISÃO COM O PULSAR DO PAÍS"!
Coitado do País... Deve estar com uma pulsação muito fraca... A avaliar pela sua televisão... Deve estar com a tensão baixa, pois a imagem do Telejornal esteve muito pálida durante os 25 dias que lá estive... Outros programas tinham a imagem "bera, bera, bera"... Não sei... Talvez fosse do fígado...
Mas a maior cena de todas que vi foi o programa da Carlota (que é retransmitido pela RTP África) onde ela entrevistou o Kino Cabral em português... AI MINHA MÃE!!!
O meu colega Kino Cabral, ex-teclista dos Livity e hoje com uma carreira a solo bem solidificada, saiu de Cabo Verde muito cedo e foi para um País onde NÂO se fala o português. Só por estes dados já se pode imaginar como foi a entrevista... Eu senti-me de tal maneira incomodado que abandonei a sala de TV, por respeito aos outros assistentes do mesmo programa que lá se encontravam (sim, porque a vontade foi mudar de canal...).
Minha gente, será que a cabeça só serve para por penteados bonitos para aparecer na TV? Ninguém viu que aquela solução não foi a mais adequada? E eu que achei tão bonito quando vi pela 1ª vez uma entrevista em crioulo legendada em português... Senti mesmo uma pinta de orgulho...
Meus caros, BRIO é o que vos peço! Profissionalismo! "Competenciatria", parafraseando o meu amigo do peito Djinho Barbosa, é o que necessitam.
E pelo amor de Deus, escolham frases publicitárias de acordo com a realidade, não queiram adoecer o País com os vossos males.
Mais uma vez digo, não dêem passos maiores que as perninhas que têem. Para muita gente não deixaram de ser TEVEC (Televisão Experimental de Cabo Verde - nos idos anos de 1985 , aproximadamente).

domingo, janeiro 07, 2007

POLÍCIA!!!

No período que passei em Cabo Verde, reparei na Cidade da Praia que havia no ar um certo quê de um bocadinho mais de segurança. Uma leve brisa de descongestionamento do stress de sermos abordados, incomodados, assaltados, importunados pelos menos afortunados da vida.
Uma coisa saltou-me logo à vista. Polícia Montada. Em bicicletas, mas montada. Tipo Miami Beach.
Umas feras de metro e noventa, cheios de músculo, t-shirts azuis muito apertadinhas, fazendo sobressair os peitorais, os bícepes, o triângulo, calções igualmente justos, grandes pernas musculadas, grandes "butchos" (barriga das pernas), ná, "cuza sabi comé cu arroz", poderiam dizer algumas apaixonadas.
Foi-me dito que na zona da estrada do cais, na marginal, esta polícia veio acabar com os assaltos que ultimamente se faziam sentir naquela zona da cidade. Sim senhor!
Um belo dia vi um par deles na Achada de Santo António e passou-me pela cabeça uma situação bizarra:
- Havendo muitos cães vadios na nossa terra;
- Sabendo nós que esses cães não gostam de tudo o que circule em duas rodas;
- Tendo nós assistido, por mais do que uma vez, esses mesmos cães a atirarem-se aos condutores de motas e bicicletas que por eles passam,
imaginei o Srs. Agentes Montados a passarem calmamente, no cumprimento do seu dever, por uma matilha desses vadios e no segundo seguinte a pedalarem furiosamente com um pé, enquanto usavam o outro pé para enxotar a exposição canina que se aproximava do "butcho" apetitoso...
Enfim, esperemos que fique só pela minha imaginação.
Mas de qualquer maneira, não seria de bom tom alguém debruçar-se sobre este problema canino?

sábado, janeiro 06, 2007

NÃO PUDE DEIXAR PASSAR EM BRANCO...


Pergunto-me se ainda serei merecedor
Do apreço de quem nunca me esqueço
E por gestos e omissões impus a dor,
Aqueles por quem de amizade padeço.

Do mundo não quis eu outra glória
Que estar, onde estiver, a vosso lado;
E se sabê-lo é já saber-me abençoado,
Sois a fortuna que trago na memória.

E se digo que vos guardo sempre comigo,
Creiam-me, não é por vós, é por mim que o faço;
Mistérios e segredos que o coração dá abrigo,

Aonde cabeis todos, e ainda sobra espaço.
Porque o que se revela nesta canção d’amigo
É um amor imenso sob a forma de um abraço.

Alexandre Cunha
2006-12-24