sexta-feira, fevereiro 08, 2008

RENATO FIGUEIREDO


06 de Fevereiro 1935
Faria 72 anos hoje.


Partiste prá terra distante
Deixaste comigo a saudade
Seguiste aquela chamada
Qe o coração decidiu

Eu vi em ti mais que um amigo
Que me escutava e compreendia
Mas numa noite, estando contigo
Percebi que te perdia

Tentei esquecer tudo o que passou
Mas a suadade comigo ficou
A vida assim não tem sentido
Quem me dera ter-te comigo

Agora eu sou a dor vadia
O esforço infinito
A tristeza de um lamento
A vida rejeitada

A frustração de um louco
O pesadelo
A própria loucura
A Pena Capital

Paló
Poema dedicado a Renato Figueiredo

Um comentário:

Anônimo disse...

Meu caro

Como te percebo. Serão partilháveis as emoções? Creio que sim. Depois de AMIGO, a minha palavra de eleição é PARTILHA. Nossos pais conheceram-se, tenho a certeza. Quem sabe estejam agora em amena cavaqueira lá onde o destino os "extraviou" de nós. O meu pai, Flávio Cunha, cidadão honradíssimo, homem humilde e de uma nobreza exemplar, também partiu ainda não fez um ano. Não há palavras para descrever a falta que eles nos fazem. Que ele me faz. Todos os dias. Partilho contigo, nesta dor comum, aquilo que Walt Whitman chamou de COMPANHEIRISMO. Para ti, e para Eles, Renato y Flávio, onde quer que estejam:

Tenho um eclipse derramado nos olhos,

elipse sem centro, ciclo imperfeito de esferas,

ponto de fuga, e lugar de partida

na lenta circunvalação dos dias.





É no espelho irregular da terra que busco

o silencioso movimento das esferas

o repouso sonolento das pedras sobre as ervas

o caminho da luz na tua face circular

o brilho do ar flamejando nos teus olhos

a respiração do mundo nos teus lábios.



Reinvento em cada lugar estes momentos;

por instantes somos lume brando sob as árvores,

e nas nossas mãos silvestres

ardem doces os frutos da terra;

somos um bando de aves nocturnas,

e voamos para Sul rumo a um lugar

por inventar no alfabeto dos afectos.



de Alexandre Cunha


Aquele abraço

José E. Cunha