sexta-feira, setembro 13, 2019

A ORDEM DAS COISAS

Texto copiado da minha página de Facebook.

Lisboa, 12 de Setembro de 2018

Tenho reparado ultimamente numa postura, quanto a mim, pouco louvável de alguns artistas em início de carreira, postura essa que se resume em se apresentarem ao público como "Filho de", "Sobrinha de" ou mesmo "Trabalhei com "...

O que me leva a dizer que é pouco louvável, em primeiro lugar, é o facto de desde muito novo ter sido ensinado a não elogiar-me, a não impingir às pessoas o que sou ou o que faço, ou ainda, se sou (ou não!) bom no que faço...

Em segundo lugar, se sou quem sou, se tenho o apelido ou nome de alguém, escusado será informar o meu grau de parentesco, até porque é mais "saboroso" deixar que sejam as pessoas a ter a dúvida, a pesquisar e a saberem por elas próprias, qual a ligação. Da mesma maneira que, se sou (ou não!) bom no que faço, bom será deixar o público chegar a essa conclusão e não impor à partida como facto consumado e depois ter que o provar, o que na minha opinião, é um acréscimo de tensão à apresentação em palco, que só de si já é alta responsabilidade.

Ligar-nos a nomes sonantes nem sempre é abonatório. A expectativa criada no público pode terminar em frustação se, por algum motivo, a performance não correr bem, ou mesmo se a realidade nada tiver a ver com esse nome sonante.

Hoje em dia, quem está inserido no mundo musical e tem qualidade, mais tarde ou mais cedo será descoberto por quem cuja função é exactamente essa, descobrir e lançar novos talentos. E quem faz isso, faz, lá está, porque o artista tem talento e vale a pena investir. SE tiver ligações a outros nomes sonantes do mercado, esse factor irá, com  certeza, ser explorado e aproveitado como uma mais valia.

Mas sempre será por essa ordem.

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