terça-feira, abril 06, 2010

ELECTRA VERSUS ASA





Ao chegar de avião à Cidade da Praia, o comandante do ATR 42-320 da Halcyonair avisou que, devido a um corte de energia geral (apagão) na Cidade da Praia, iríamos ficar a sobrevoar o aeroporto em circuito de espera por não mais de 10 a 15 minutos.

Na realidade foi apenas um circuito de espera, coisa de 3 minutos até aterrarmos em GVNP (Aeroporto Internacional Nova Praia, como disse a aeromoça de sotaque brasileiro, hehehe).

Uma vez "aterrados" e parados na placa, a mesma aeromoça anunciou que deveríamos ficar sentados até que as autoridades aeroportuárias dessem autorização para o desembarque. Esta decisão teve consequências desastrosas, pois o calor começou a tomar conta da cabine a ponto de se tornar insuportável.

Nisto, o Sr. Comandante apareceu na porta do cockpit e dirigiu-se para a saída do avião na porta traseira. Assim como foi, voltou para o cockpit e discursou novamente, dizendo que o black-out da cidade tinha afectado o aeroporto e o gerador de emergência do mesmo estava avariado (Mais tarde vim a saber que um mês antes se tinha dado uma situação idêntica mas de dia, o que não chamou tanta atenção, mas atrasou um voo dos TACV para Lisboa em duas horas. Fica por saber se é a mesma avaria ou outra diferente). Mas que tinha conseguido coordenar com as autoridades o desembarque, uma vez que o gerador de energia daquele avião não aguentava muito mais tempo.

E assim lá saímos nós para o fresco da noite e para a cena mais ridícula que já presenciei na vida.

No último degrau das escadas do avião, um funcionário da Halcyonair com uma lanterna na mão, a iluminar as mesmas. Daí até à porta de entrada da sala de desembarque, escuro (e gritava o meu amigo Djinho Barbosa "Esta é a Capital da República de Cabo Verde"). Nessa porta uma viatura follow me da ASA de máximos acesos a iluminar a entrada. Uma vez lá dentro, escuro.

Identifiquei a minha mala com a luz do meu telemóvel e mesmo assim...

Procurei (e encontrei) notícias sobre o caso no ASemana. Com o título “Black out” da Electra paralisa ADP, a princípio achei meio "esquerdo", pois ADP para mim sempre foi a sigla de "Aéroports de Paris", mas depois olhei melhor e lá vi que era o que me interessava.

È engraçado como a versão do entrevistado é diferente da minha em alguns pontos, mas "prontos pá", política, futebol e religião eu não discuto.

Mas uma coisa não vou deixar passar: “Fizemos o desembarque nessas condições porque o gerador do ATR da Halcyonar não tinha capacidade para alimentar o avião. Se os passageiros permanecessem a bordo ficavam sem ar condicionado e sem oxigénio”.

Bom...

Ar condicionado não o tivémos assim que o avião parou os motores...

Oxigénio?... Não dramatizemos, pois estávamos a bordo de um ATR, estacionado na placa do aeroporto com as portas abertas e não a bordo da Apollo 13 a caminho da Lua...

E mais... Existe uma coisa que é o GPU, (Ground Power Unit) que fornece energia aos aviões e que, o que existe na no aeroporto da Praia, estava conectado Boeing 757 dos TACV que tinha chegado minutos antes.

Daí, essa do "Felizmente, o Boeing tem um bom gerador"... sei não... Todas as aeronaves têm bons geradores. E todos os bons geradores de todas as aeronaves têm um limite de funcionamento...

Não sei se me faço perceber.

Um comentário:

Hernani disse...

todas as aeronaves têm bons geradores. E todos os bons geradores de todas as aeronaves têm um limite de funcionamento...
Física 3 circuitos eltricos :D !!!