Estávamos os dois juntos.
Juntinhos. Só nós dois.
Lá fora o vento soprava com alguma intensidade.
Eu estava ansioso. Nervoso até…
Era de madrugada. Horas? Não vi… Esqueci-me de ver!
As luzes estavam apagadas.
Sentei-me. Olhei-a de frente e pensei cá comigo: “É desta!!!”.
Levei as mãos aos botões. Aqueles botões… Pequeninos, redondinhos…
Acendeu-se logo!!!
Acariciei-lhe as linhas. Meu Deus! Tão suave!
Comecei por lhe fazer o que sabia.
Fiz TUDO o que sabia.
A cada toque meu, ela respondia.
E nós os dois, juntos, numa simbiose perfeita fomos indo, indo, cada vez mais depressa, mais depressa… E começámos a subir.
A subir. A SUBIR!!! Mais alto. Cada vez mais alto! Mais… Mais…
Podia jurar que éramos capazes de tocar as estrelas com as pontas dos dedos de tão perto estávamos.
Havia tremores que de vez enquando aconteciam… Não sei dizer se meus ou se dela.
E aí… Atingimos o topo. O mais alto. Até onde não podíamos mais ir. Mais não.
E assim estivemos por um tempo. Quanto? Não sei.
Inevitavelmente começámos a descer. Descemos, descemos, suavemente até atingirmos o solo. O chão. Cá em baixo. A Terra.
E, sempre juntos, na simbiose perfeita, parámos.
Parámos quietinhos.
O vento lá fora já não se fazia sentir.
Levantei-me. Antes de dar meia volta, olhei-a de novo. Um olhar apaixonado.
Beijei-a.
Saí como quem não quisesse sair.
Quando saí para a rua, beijei a porta.
A porta da minha aeronave.
A porta do meu Boeing 737-600.
11 comentários:
Está muito bonito, mas este texto não foi já publicado há uns tempos?
Sim, há 3 anos atrás. E?
Por ter andado a DIVAGAR pelo seu blog durante a existência dele e de recordar algo do género. Também dei por falta de outros textos igualmente bonitos, foram retirados ou seram publicados de novo?
Serão, serão.
Obrigado por me responder. Abraços.
Já agora acrescentavas o link ao teu post, sempre seria uma publicidadezinha fixe...
Desculpe não percebi, era para mim o comentário do link?
Hã? Como? O quê? Amedjer de quenhê?
Que alegria a minha. Consegui ser o visitante 33000. Que número tão redondo. Abraço e continuação de bons textos.
Este não é o título original do post. Gostava mais do anterior.
:-)
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