"Mas para fazer um disco como este, são muitas horas de estúdio. Se eu não tivesse o meu próprio estúdio não seria possível. Não há nenhum produtor executivo que iria aceitar financiar um disco como este. É um trabalho muito vasto... "
"No estúdio eu não preciso de ninguém. Somente para fazer intercâmbios, essas coisas, mas no meu disco fiz questão de tocar todos devido à precisão. Não é fácil, as pessoas não sabem como tocar uma bandeira, um canizade, tabanca, como tirar o tambor para meter na guitarra... "
"Não precisa de diapasão para afinar, se desafinar um bocadinho já se percebe logo, se uma coisa cai no chão eu consigo dizer qual é a nota. Tenho a afinação naturalmente dentro de mim, é um dom. "
"(...) Depois veio Sodade, Voz d’África, Abel Djassi, Tubarões, Finaçon. E aí fui para os Estados Unidos, em 1992.
E esses grupos, o que lhe trouxeram?
"Mais horas de música... O único deles que realmente criei, desenvolvi, estudei, estudamos em conjunto, foi o Abel Djassi. Nos outros, fui dar o meu conhecimento, não fui aprender nada. "
"Costumo dizer que a cultura de Cabo Verde é uma cultura pixinguinha."
O que quer dizer com isso precisamente?
"Consegue-se meter tudo na música cabo-verdiana e ela recebe. Numa morna pode-se meter jazz, acordes de bossa nova, de música africana, erudita ou rock, dentro de um funaná ou de um batuque. "
Palavras do Quim Alves na entrevista dada a ASemana Online.
Estou aqui há uma hora com este texto à minha frente e não consigo encontrar palavras que expressem a minha indignação, o meu espanto.
Pura e simplesmente não consigo fazer um único comentário.
Não consigo!!!
Paló
Lisboa, aos 30 de Setembro de 2006
Um comentário:
Amigo Paló...
posso partilhar a tua estupefacção?
É realmente incrível!
Qualquer análise, será disparatar sobre um perfeito disparate, perdoa-me a redundância.
Um abraço.
Zé Afonso.
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