quarta-feira, outubro 25, 2006

ESTUPEFACTO

"Mas para fazer um disco como este, são muitas horas de estúdio. Se eu não tivesse o meu próprio estúdio não seria possível. Não há nenhum produtor executivo que iria aceitar financiar um disco como este. É um trabalho muito vasto... "

"No estúdio eu não preciso de ninguém. Somente para fazer intercâmbios, essas coisas, mas no meu disco fiz questão de tocar todos devido à precisão. Não é fácil, as pessoas não sabem como tocar uma bandeira, um canizade, tabanca, como tirar o tambor para meter na guitarra... "

"Não precisa de diapasão para afinar, se desafinar um bocadinho já se percebe logo, se uma coisa cai no chão eu consigo dizer qual é a nota. Tenho a afinação naturalmente dentro de mim, é um dom. "

"(...) Depois veio Sodade, Voz d’África, Abel Djassi, Tubarões, Finaçon. E aí fui para os Estados Unidos, em 1992.

E esses grupos, o que lhe trouxeram?
"Mais horas de música... O único deles que realmente criei, desenvolvi, estudei, estudamos em conjunto, foi o Abel Djassi. Nos outros, fui dar o meu conhecimento, não fui aprender nada. "

"Costumo dizer que a cultura de Cabo Verde é uma cultura pixinguinha."
O que quer dizer com isso precisamente?
"Consegue-se meter tudo na música cabo-verdiana e ela recebe. Numa morna pode-se meter jazz, acordes de bossa nova, de música africana, erudita ou rock, dentro de um funaná ou de um batuque. "

Palavras do Quim Alves na entrevista dada a ASemana Online.

Estou aqui há uma hora com este texto à minha frente e não consigo encontrar palavras que expressem a minha indignação, o meu espanto.

Pura e simplesmente não consigo fazer um único comentário.

Não consigo!!!

Paló
Lisboa, aos 30 de Setembro de 2006

Um comentário:

Anônimo disse...

Amigo Paló...

posso partilhar a tua estupefacção?

É realmente incrível!

Qualquer análise, será disparatar sobre um perfeito disparate, perdoa-me a redundância.

Um abraço.

Zé Afonso.