TIRA-SE O ELEMENTO DA VULGARIDADE, MAS NÃO SE CONSEGUE TIRAR A VULGARIDADE DO ELEMENTO.
sexta-feira, novembro 19, 2010
sexta-feira, novembro 05, 2010
TEMPE DE CANEQUINHA
POR: Jorge Martins
Muito se tem cantado, mas mal, esta linda Morna, de autoria desse grande filho de Mindelo, Sérgio Frusoni.
Sérgio nasceu em Mindelo, filho de pais Italianos que, se conheceram e casaram em Mindelo.
Só foi a Itália quando teve de se alistar para o serviço militar, tendo sido incorporado e reenviado para Mindelo, para trabalhar na Italcable - Cabo Submarino Italiano, amarado na zona da Matiota - onde se manteve até a sua reforma, sem nunca mais regressar a Itália.
Era vê-lo na rua de Matijin, rua d'Praia, Salina, zona onde pulsava o Coração da Cidade, sempre junto ao seu Povo. Quando se reformou, tentou rumar a Itália, mas por escassos messes, tendo regressado a Mindelo. Ao ser interpelado pelo meu pai, de quem era amigo, sobre o regresso, ele, no seu crioulo escorreito, de m'nin de Soncente, disse assim:
- Mí é que ti ta bá morre num Terra, dondê que catem nem um criston pa dá dos ded de conversa!?
Quando cantarem esta morna, não se esqueçam que adulterar a letra, é atraiçoar a memória de Sérgio Frusoni e do Soncente que ele viveu.
Tempe de Caniquinha
Morna de Sergio Frusoni
1
Soncente um tempe era sabe
Soncente um tempe era ot cosa
Conde ses amdjer tava usa
Um lenço, um xaile cor da rosa
Um blusa e um conta de coral
2
Conde na ses boi nacional
Tá mornod te manchê
Conde sem confiança nem abuso
Ta sirvid quel cafê
Ma quel ratchinha de Cuscus
3
Conde pa Nos’Senhora da Luz
Tinha um grande porciçon
Conde ta colod Santa Cruz
Tâ colod pa San Jon
La’na rebera de Julion
Conde ta cutchid na pilon
Tá cantá na porfia
Conde ta tchuveba e na Porto
Tá vivid que mas sorte
E com mais aligria
4
Povo ca tá andá moda agora
Na mei de miséria tcheu de fome
Ta imbarcá ta bá’mbora
Sem um papel, sem um nome
Moda um lingada de carvom
Era colheta na tchon
Era vapor na baia
Oh Soncente daquês dia
Até Got de Manê Jon
Tá ingordá na gemada
5
Pa tud és rua de Morada
Era um data de estranger
Numa vida folgada
Cicerone d’vida eirada
Tá’nadá na dnher
De noite sentod na Pracinha
Ta parti gonhe assim
Peny pa bo, pa mi
Pa mi, pa bo, pa mi,
Era na tempe de Caniquinha
Muito se tem cantado, mas mal, esta linda Morna, de autoria desse grande filho de Mindelo, Sérgio Frusoni.
Sérgio nasceu em Mindelo, filho de pais Italianos que, se conheceram e casaram em Mindelo.
Só foi a Itália quando teve de se alistar para o serviço militar, tendo sido incorporado e reenviado para Mindelo, para trabalhar na Italcable - Cabo Submarino Italiano, amarado na zona da Matiota - onde se manteve até a sua reforma, sem nunca mais regressar a Itália.
Era vê-lo na rua de Matijin, rua d'Praia, Salina, zona onde pulsava o Coração da Cidade, sempre junto ao seu Povo. Quando se reformou, tentou rumar a Itália, mas por escassos messes, tendo regressado a Mindelo. Ao ser interpelado pelo meu pai, de quem era amigo, sobre o regresso, ele, no seu crioulo escorreito, de m'nin de Soncente, disse assim:
- Mí é que ti ta bá morre num Terra, dondê que catem nem um criston pa dá dos ded de conversa!?
Quando cantarem esta morna, não se esqueçam que adulterar a letra, é atraiçoar a memória de Sérgio Frusoni e do Soncente que ele viveu.
Tempe de Caniquinha
Morna de Sergio Frusoni
1
Soncente um tempe era sabe
Soncente um tempe era ot cosa
Conde ses amdjer tava usa
Um lenço, um xaile cor da rosa
Um blusa e um conta de coral
2
Conde na ses boi nacional
Tá mornod te manchê
Conde sem confiança nem abuso
Ta sirvid quel cafê
Ma quel ratchinha de Cuscus
3
Conde pa Nos’Senhora da Luz
Tinha um grande porciçon
Conde ta colod Santa Cruz
Tâ colod pa San Jon
La’na rebera de Julion
Conde ta cutchid na pilon
Tá cantá na porfia
Conde ta tchuveba e na Porto
Tá vivid que mas sorte
E com mais aligria
4
Povo ca tá andá moda agora
Na mei de miséria tcheu de fome
Ta imbarcá ta bá’mbora
Sem um papel, sem um nome
Moda um lingada de carvom
Era colheta na tchon
Era vapor na baia
Oh Soncente daquês dia
Até Got de Manê Jon
Tá ingordá na gemada
5
Pa tud és rua de Morada
Era um data de estranger
Numa vida folgada
Cicerone d’vida eirada
Tá’nadá na dnher
De noite sentod na Pracinha
Ta parti gonhe assim
Peny pa bo, pa mi
Pa mi, pa bo, pa mi,
Era na tempe de Caniquinha
quinta-feira, novembro 04, 2010
SÓ ME POSSO RIR
Há já uns tempos que ando a ver um indivíduo, proprietário de uma lambreta de chapa amarela, na praceta em frente ao prédio onde moramos, com uma atitude de quero posso e mando, usufruindo dos lugares para as Viaturas, como de tal fosse o proprietário e, como tal, tivesse o "direito" de estacionar em igualdade de direitos...
Bom, muito paleio, apenas para dizer que, nestes últimos 32 anos em que usamos esta praceta para abrigar os nossos carros, os prédios e as habitações mantiveram-se em número. Os carros não.
Cada vez há mais gente com carros próprios, esta zona transformou-se num centro de muitas fábricas e escritórios e há, inclusive, quem pare o carro na nossa praceta para ir trabalhar.
De modo que, numa altura de crise de lugares para estacionar, esta atitude é deveras digna de quem pense que a viatura, neste caso uma lambreta de 50 c.c., possa e deva, em igualdade de direitos, ocupar um lugar onde podiam caber mais 8 iguais.
Ando a pensar se valerá a pena chamar a atenção ao puto. Às vezes penso que sim. Outras vezes acho que não valerá a pena. E penso que me manterei nesta dúvida enquanto a reacção que tiver a esta situação for igual à que tive esta manhã, quando andava à procura de um lugar para estacionar e dei de caras com esta cena -> Saiu-me uma gostosa gargalhada!
Bom, muito paleio, apenas para dizer que, nestes últimos 32 anos em que usamos esta praceta para abrigar os nossos carros, os prédios e as habitações mantiveram-se em número. Os carros não.
Cada vez há mais gente com carros próprios, esta zona transformou-se num centro de muitas fábricas e escritórios e há, inclusive, quem pare o carro na nossa praceta para ir trabalhar.
De modo que, numa altura de crise de lugares para estacionar, esta atitude é deveras digna de quem pense que a viatura, neste caso uma lambreta de 50 c.c., possa e deva, em igualdade de direitos, ocupar um lugar onde podiam caber mais 8 iguais.
Ando a pensar se valerá a pena chamar a atenção ao puto. Às vezes penso que sim. Outras vezes acho que não valerá a pena. E penso que me manterei nesta dúvida enquanto a reacção que tiver a esta situação for igual à que tive esta manhã, quando andava à procura de um lugar para estacionar e dei de caras com esta cena -> Saiu-me uma gostosa gargalhada!
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