sábado, dezembro 30, 2006

VEM AÍ 2007

Aproxima-se o fim do ano.
Aproxima-se a altura de se fazer um balanço do que foi o ano, do que foi a vida, o trabalho, se nos portámos bem ou não, enfim, essas introspecções que, ao fim e ao cabo, fazemos mesmo sem querer.
Eu, pela parte que me toca, vou fazê-lo e analisar as coisas acontecidas nestes meses, corrigir os erros que achar que cometi, pedir desculpas a quem achar que maguei e perdoar a quem me fêz mal (bem... essa parte poderá demorar anos, mas não há nada que o tempo não cure e não faça esquecer e perdoar...).
Quem quizer fazer assim também, que o faça.
Desejo a todo o mundo um feliz recomeço de vida (ano novo, vida nova) e que tudo corra bem melhor nos próximos 365 dias.
O meu fim do ano será em Cabo Verde e, como seria de esperar, durante o período que lá estiver, este blog terá a sua página AGENDA fechada.
Fiquem bem e, parafraseando já não sei quem, façam o favor de serem felizes.

Paló

domingo, dezembro 17, 2006

AHH!!! BALIZINHA!!!

Para quem sabe o que é, quem se lembra da Balizinha?

À partida, só quem tiver mais de 40 anos e for natural de S. Vicente, Cabo Verde.

Ahhh!!!, Balizinha! Quantos corações não fizeste pulsar de ansiedade? Quantas vezes não foste a oportunidade única de colocarmos no peito as nossas paixões e dançarmos com elas a "noite" toda? Quantas vezes não foste a chance de fisgarmos a criatura na qual já andávamos a investir há algum tempo?

E não eras muito exigente. O corredor da casa servia perfeitamente, desde que as outras portas estivessem fechadas e houvesse uma lâmpada que não fosse de luz branca.

A aparelhagem também não era exigência tua. Bastava que debitasse os decibéis necessários para cobrir o ruído dos pés a arrastarem-se pelo chão, no "mexê mexê, roçá roçá".

A selecção musical, essa sim!!! Tinha que ser da melhor. As cassetes, preferencialmente de ferro ou crómio e de 90 minutos, tinham que estar impecáveis. Ou não fosse obrigatória a preparação dessa selecção com pelo menos duas semanas de antecedência... Tínhamos que ir "dar fala" ao Sequeira da Rádio, para que nos fizesse selecções musicais non stop. E não podíamos esquecer da selecção das lentas. Essa sim. Merecia TODA a nossa atenção, pois a hora dos "slows" era a hora da verdade.

Fazer uma Balizinha era sinónimo de dar o último passo na conquista do amor pretendido. Era sinónimo de estreitamento de amizades, era sinónimo de mostrar quem era amigo de quem, pois, Balizinha com mais de 5 pares, já não era Balizinha. Passava a ser Festa. De modo que, outra selecção bem cuidadosa era a de fazer a lista dos participantes. O dono do espaço tinha, logicamente, o direito ao veto. Mas o dono da aparelhagem não ficava atrás...

E era "sabe". Era doce. "Sabin". Era de uma ansiedade sem limites. Corrida contra o tempo. Tínhamos das 20h às 22:30h para jogarmos todos os nossos trunfos. Depois era o acompanhar a dama a casa e aproveitar o momento para roubar o beijo com qual tanto sonhámos.

E quando a dama saía com a desculpa "eu vim com a minha prima... tenho que voltar com ela...". Sim, já sabemos, pois, por isso mesmo convidámos o mais que tudo da prima, para poder dar cobertura "na hora da nossa morte"...

E depois...

Depois era a semana seguinte a cheirar a camisa que tínhamos levado pá Balizinha e que tinha ficado com o perfume dela. Era ficarmos em casa, sentados no sofá da sala de olhar distante, olhos semicerrados, qual carneiro mal morto à bofetada, passando em revista tudo o que acontecera naquela noite, contando pelos dedos as vezes que apanhámos uma erecção de tanto esfregar contra as coxas quentes...

Ahhh "sabura"...

E tínhamos ainda que magicar planos estratégicos para podermos estar com essa pessoa nos dias seguintes, sem que a mãe soubesse, aproveitando as saídas para comprar pão ou fazer algum "mandado".

A alegria suprema era quando nos deslocávamos para a Pracinha do Liceu Velho ou para a esquina do Dr. Aníbal na Praça Nova e dávamos de caras com a nossa paixão. Uuuuiiiii. Sempre podíamos ir para os lados do consultório do Dr. Fonseca ou para o Cortiço Velho para estarmos mais a vontade....

Ahhh Balizinha...

Temos saudades tuas...
Paló

NOS IDOS TEMPOS DE 1984...



De relíquia em relíquia...

Encontrei o meu cartão da Machado de Castro onde estudei Contrução Civil.

Pela data do mesmo, 18/8/84, estava a iniciar o 3º de 4 anos que este curso nocturno tinha.

Belos tempos...

Mas a música falou mais alto...

OBS: A foto do cartão tirei-a na altura para colar no passe...

sábado, dezembro 16, 2006

SEGREDO DE UM CORAÇÃO CULPADO

"Um drama arrebatador, comovente e humano. Um coração culpado luta contra o destino. Mas a tragédia entre aqueles dois amantes foi inevitável..."

Uma autêntica relíquia este documento que retrata a publicidade feita a um filme em 1955, que contou com a participação de "actores" cabo-verdeanos e actores portugueses.

De entre os cabo-verdeanos a destacar António Silva, Mário Matos e Dante Mariano.
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OBS: Filme visado pela Censura, hehehe.
18/11/55 - Tipografia Pública Lda, S. Vicente - 500 exemplares
Clicar na foto para ampliar

terça-feira, dezembro 05, 2006

DESABAFO

Caro Paló, há dias estive a ler aquele teu post no qual denunciavas a falta de respeito que o pessoal tem quando está num ambiente para ouvir música.
Pois é, ontem aqui na nossa capital me convidaram para um evento organizado pela Ordem (imagine só) dos Médicos.
Advinha quem eram os músicos para "animar" a turma!
Nada mais nada menos que Nhelas Spencer, um dos grandes compositores criolos, Djick, que para mim conserva uma forma muito peculiar de tratar o violão criolo, Lela "Violão", um senhor que é uma relíquia nossa.
Falando ainda de reliquia, caro Paló, para melhorar ainda o painel de artistas tinha ainda a ilustre presença da grande Tututa, a pianista caboverdiana. Um património nacional.
Só que caro amigo, a conversa era tanta, o papo era tão mais interessante, que o que poderia ser um grande momento de música pura e simplismente não aconteceu.
Meu caro, tomei uma atitude que pode ser mal ententida por alguns (ou talvez muitos) mas por uma questão de princípio e respeito aos músicos que lá estavam, abandonei a sala... por uma questão de coração já agora!
Até qualquer hora.

Djinho Barbosa